Negócios internacionais
Paraná tem potencial para diversificar exportações, diz secretária do
MDIC
Em palestra na Fiep, Tatiana Lacerda Prazeres, responsável pelas
políticas de comércio exterior do ministério, afirma que déficit na balança
comercial do Estado em 2012 não é preocupante
A secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Tatiana Lacerda Prazeres, afirmou nesta
sexta-feira (22), durante palestra na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep),
que o déficit registrado na balança comercial do Estado em 2012 não preocupa o
governo federal. Segundo ela, o grande volume de importações do Paraná, que
desequilibrou o saldo de comércio no ano passado, deve-se entre outros fatores à
grande diversificação de seu setor industrial, que adquire insumos e componentes
para a produção. Apesar disso, a secretária afirmou que o Estado tem potencial
para diversificar e agregar valor a sua pauta de exportações.
“O Paraná teve um déficit na balança comercial em 2012, mas isso não nos
preocupa em função da realidade econômica do Estado”, disse Tatiana Prazeres. “O
Paraná importa muitas peças, partes e componentes em função de uma matriz
produtiva importante, para produção, por exemplo, de veículos que também são
exportados. Esse fluxo comercial intenso reflete a realidade econômica
diversificada e rica da matriz industrial do Paraná”, acrescentou.
Atualmente, o Paraná é o quarto maior exportador entre todos os estados
do país, respondendo por 7,3% das vendas brasileiras para outras nações, e o
terceiro maior importador, com 8,7% do total. Em 2012, apesar de ter registrado
déficit em sua balança comercial, o Estado teve recorde no volume de exportações
(US$ 17,7 bilhões) e importações (US$ 19,4 bilhões).
Em relação às vendas paranaenses para o exterior, 47% foram de produtos
básicos. Os principais itens exportados foram soja em grãos (US$ 3,3 bilhões),
carne de frango (US$ 1,8 bilhão) e farelo de soja (US$ 1,4 bilhão). Já os
produtos semimanufaturados responderam por 13% das exportações, enquanto os
manufaturados representaram 38%. Nessa última categoria, o setor da indústria
que mais se destacou foi o de automóveis, com US$ 803 milhões comercializados
com outros países.
Para Tatiana Prazeres, o Paraná tem condições de agregar valor a sua
pauta de exportações. “Nosso desafio é estimular a exportações de
industrializados brasileiros, o que faz diferença na nossa balança comercial”,
disse. “O Paraná já tem uma vocação exportadora importante, mas existe uma série
de setores com maior potencial. A ideia é que possamos atrair mais empresas para
o comércio exterior a partir do Estado”, declarou.
Para que isso aconteça, o MDIC já vem desenvolvendo alguns programas no
Paraná, que fazem parte do Plano Nacional da Cultura Exportadora. Entre eles,
ações que facilitem o acesso de empresas a financiamento e o Projeto Primeira
Exportação, que capacita empresas com potencial exportador para que realizem sua
primeira negociação com o exterior.
Desafios – Durante a palestra, a secretária também apontou alguns
dos desafios que o Brasil precisa superar para ampliar suas exportações. O
principal deles é a simplificação do processo das operações de comércio
exterior. “Precisamos estar atentos cotidianamente para identificar
oportunidades de simplificar essas operações, o que traz um ganho de
competitividade significativo para nosso setor exportador”, afirmou. Segundo
ela, o diálogo direto com empresários, como o promovido pela Fiep, é importante
para a busca por soluções para esses entraves. “São essas pessoas que estão no
dia a dia do comércio exterior e é importante que coloquem suas sugestões”,
afirmou.
Para o presidente da Fiep, Edson Campagnolo, a ampliação do diálogo entre
os setores público e privado é o caminho para que o país avance. “O poder
público tem que se unir mais ao privado para perceber onde estão as dificuldades
e os maiores problemas”, declarou. “O governo federal tem tido muito boas ações
e intenções, mas ainda temos um Custo Brasil muito alto. Precisamos buscar
soluções em conjunto ou não chegaremos a resultados práticos”,
completou.
Quem também elogiou a possibilidade de diálogo com o MDIC foi o
vice-presidente da Fiep, Rommel Barion, que coordena o Conselho Temático de
Comércio Exterior da entidade. “O Brasil é um país de muita diversidade e cada
região tem suas particularidades. É importante saber as ações que o ministério
tem para o Paraná para que aumentemos nossas exportações”,
afirmou.Crédito das fotos: Mauro
Frasson/Fiep
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