Entidades empresariais e centrais sindicais de trabalhadores paranaenses promovem no dia 3 de abril uma grande mobilização para alertar a sociedade sobre o processo de desindustrialização vivido pelo país. Na capital, a manifestação do Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego acontece na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Os trabalhadores paralisam as atividades das 14 às 17 horas e se concentram no Contorno Sul, na Avenida Juscelino Kubitschek, nas proximidades das empresas Bosch, CNH e Kraft Foods. Haverá paralisações e mobilizações de trabalhadores também em várias cidades do interior do Paraná, sempre com a anuência e participação dos empresários.
O Grito de Alerta em Defesa da Produção e do Emprego é um movimento nacional que coloca lado a lado empresários e trabalhadores com o objetivo de pressionar o governo por medidas que garantam a competitividade da indústria nacional e a geração de empregos de qualidade no país.
“Queremos chamar a atenção das autoridades para um problema grave que já está acontecendo no Brasil que é a perda da competitividade da indústria nacional e o desemprego”, alerta Edson Campagnolo, presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), uma das entidades que está articulando o movimento. Campagnolo defende a intervenção imediata do governo com ações efetivas que preservem a produção nacional e garantam a geração de empregos para a atual e as futuras gerações.
Declínio - Nas últimas décadas, o setor industrial vem perdendo importância na economia brasileira. Em 1985, a indústria era responsável por 27% das riquezas produzidas no país. No ano passado, o índice já era inferior a 16%, devendo fechar 2012 abaixo de 15%. Fatores como a elevada carga tributária, infraestrutura deficiente e juros altos contribuem significativamente para a perda de competitividade da indústria brasileira. Somado a isso, a valorização cambial e políticas regionais de incentivo às importações fazem com que o setor enfrente forte concorrência de produtos estrangeiros.
Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), um em cada cinco produtos industrializados consumidos no Brasil no ano passado foram fabricados fora do país. Com as exportações em queda, a balança comercial de produtos manufaturados fechou com déficit de US$ 93 bilhões em 2011.
Futuro - A manutenção do cenário desfavorável enfrentado pelo setor industrial brasileiro pode trazer graves consequências para o desenvolvimento econômico e social no futuro. Em 2030, a previsão é que o Brasil tenha uma população economicamente ativa de 150 milhões de pessoas. O declínio da indústria coloca o país numa situação perigosa e vulnerável, com dificuldade de gerar empregos de qualidade e salários adequados para todos esses trabalhadores.
As manifestações fazem parte de um calendário nacional de mobilização. No Rio Grande do Sul os trabalhadores paralisaram as atividades na última segunda-feira (26). Em Santa Catarina a manifestação acontece nesta quarta-feira (28) e em São Paulo no dia 4 de abril. No dia 10 de maio, o movimento chega a Brasília, quando um manifesto será entregue à presidente Dilma Rousseff.
Mais informações do movimento estão disponíveis no site: www.gritodealerta.com.br
Comunicação Social
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